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Professora avalia perfil de saúde de trabalhadores rurais de Muzambinho

Publicado: Sexta, 23 de Julho de 2021, 17h38 | Última atualização em Sexta, 23 de Julho de 2021, 17h39

WhatsApp Image 2021 07 23 at 15.00.08Em sua dissertação de mestrado, a professora do IFSULDEMINAS - Campus Muzambinho, Natércia Taveira Carvalhaes Dias, analisou o perfil dos trabalhadores rurais do município Muzambinhense com o objetivo de contribuir com o desenvolvimento de ações de promoção e proteção da saúde.

Com os dados obtidos, observou-se, por exemplo, que mais de 40% dos trabalhadores rurais estão com excesso de peso e que cerca de 30% não estão com a carteira de vacinação atualizada.

Segundo Natércia, o principal objetivo desse estudo foi o de avaliar o perfil de saúde de trabalhadores rurais do município de Muzambinho e que são abrangidos pelas duas Estratégias de Saúde da Família (ESF), de modo a identificar se as principais normas regulamentadoras estão sendo aplicadas, assim como suas condições clínicas, hábitos de vida e alimentação.

A análise foi apresentada na Universidade Federal de Alfenas, no mestrado em Enfermagem - área de Gestão em Serviços de Saúde e Educação, sob orientação da Prof.ª Drª Maria Regina Martinez e coorientação do Dr. Murilo César do Nascimento.

Todos os dados da pesquisa foram coletados através de questionários, durante visitas a domicílios, unidades e pontos de atendimento das ESF's.

Os resultados da análise

O formulário foi estruturado com 85 perguntas e contemplou dados sociais, sobre a saúde e também sobre os hábitos dos trabalhadores.

A população do estudo foi predominantemente masculina e na faixa etária de 29 a 48 anos. Também foram maioria os entrevistados casados, com ensino fundamental completo e com uma média de filhos de 1,76.

Do total de 285 trabalhadores rurais entrevistados, 49,44% é assalariado e possui média de 11 anos de trabalho rural de cerca de 43 horas semanais.

Dados sobre hábitos cotidianos

Observou-se, por exemplo, que 50% da população (de ambos os sexos) não pratica atividade física, 38,95% ingere bebida alcoólica, 19,30% usa tabaco e 5,26% utiliza/utilizou drogas ilícitas.

Dos trabalhadores que relataram praticar atividades a céu aberto, cerca de 94,90% têm disponível/ingere água potável e apenas metade utiliza protetor solar.

Quanto aos hábitos alimentares, a carne é o alimento mais consumido diariamente pelos trabalhadores (65,26%), seguido pelas folhas, verduras, leite e derivados.

Dados sobre a segurança

Também foram coletados dados sobre a segurança dos trabalhadores e cerca de 20,70% relatou já ter sofrido algum acidente de trabalho.

“Acima de 70% da população usa Equipamento de Proteção Individual (EPI), sendo bota, luvas e óculos os mais utilizados, 45,96% recebeu treinamento para o uso e 66,67% conhece quais EPIs devem ser utilizados para cada atividade e os têm disponíveis no ambiente de trabalho", segundo dados da pesquisa.

Com relação a protocolos, 44,24% disse já ter feito exames ocupacionais admissionais, seguidos pelos exames periódicos (36,05%).

Dos 44,91% trabalhadores que utilizam agrotóxicos, 91,34% realiza sua manipulação de 2 a 4 vezes. Destes 48,03% recebeu treinamento e acima de 70% higieniza o EPI após a utilização.

Segundo Natércia, “em propriedades maiores, observa-se maior prática do cumprimento das normas de saúde e segurança, onde se tem maior volume de empregados rurais laborando, porque a  legislação se faz mais presente, até mesmo pela relação de trabalho celetista no qual se cumpre com maior rigor as legislações relacionadas à segurança ocupacional, como os treinamentos, uso de EPI, Comissão interna de prevenção de acidentes (CIPA) e realização da SIPAT (Semana Interna de Prevenção de Acidente de Trabalho). Já nas pequenas e médias propriedades, onde há menos assalariados e mais proprietários, observa-se cumprimento menor das normas de segurança”.

Dados sobre acidentes com animais

Em relação aos animais peçonhentos, 84,21% dos trabalhadores disseram reconhecer principalmente animais como a cobra, a aranha e o escorpião.

E 23,60% dos trabalhadores disseram que já sofreram acidentes com animais peçonhentos, sendo 40% com abelhas e 60% com caranguejos, aranhas, cobras e escorpiões.

Além disso, acima de 50% dos entrevistados relataram conhecer medidas de primeiros socorros.

Conclusão da análise dos trabalhadores

A pesquisa demonstrou que “a saúde dos trabalhadores rurais no Brasil está condicionada a fatores econômicos, sociais e organizacionais, de acordo com o perfil de produção e consumo, além dos riscos a que essa população poderá estar exposta, como os físicos, químicos, biológicos, mecânicos e ergonômicos”.

Dessa forma, espera-se que esta análise exponha o real cenário e perfil dos trabalhadores da cidade. Segundo a professora Natércia, com tais dados “será possível desenvolver ações de saúde mais eficientes e efetivas para a promoção e a proteção de saúde dos trabalhadores rurais”.

TEXTO: ASCOM

FOTOS: Natércia Taveira Carvalhaes Dias

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