Letramento Racial é discutido em evento do Campus Muzambinho
Campus Muzambinho promove ações de letramento racial com estudantes e servidores
Na última terça-feira, 28 de maio, o IFSULDEMINAS – Campus Muzambinho promoveu uma programação especial dedicada ao letramento racial, envolvendo estudantes, servidores e toda a comunidade escolar em momentos de escuta, formação e reflexão sobre o enfrentamento ao racismo.
As atividades foram conduzidas por colegas servidores de outros campi do IFSULDEMINAS, convidados por sua trajetória e atuação em ações relacionadas às questões étnico-raciais. Contamos com a representação do NEABI Machado, NEABI Poços de Caldas e NEABI Passos. Esteve presente também, acompanhando as atividades do dia, a Coordenadora de Ações Inclusivas do IFSULDEMINAS, Mayara Muniz, e a representante do NEABI local, Lilian Fernandes.
A ação foi uma iniciativa da Coordenação-Geral de Ensino (CGE) e da Coordenação de Assistência ao Educando (CGAE), que atuam de forma colaborativa na promoção de atividades formativas voltadas ao desenvolvimento humano, à equidade e ao fortalecimento de uma cultura institucional mais inclusiva. O letramento racial também foi uma pauta destacada pelos coordenadores de curso durante o diálogo para construção do planejamento do ano letivo de 2025 compreendida como primordial para os avanços que almejamos para o Campus.
De acordo com Giovanna Carvas, CGE do Campus Muzambinho, “o principal objetivo da proposta é fomentar uma cultura escolar mais justa, respeitosa e acolhedora, reforçando o papel de cada estudante e servidor na construção de uma educação antirracista”. Já para a Coordenadora da CGAE, Clélia Tardelli, ao proporcionar momentos com a inclusão de atividades antirracistas o campus contribui para a promoção da consciência, do respeito e da valorização de todos, o que possibilita a convivência em um ambiente escolar mais saudável e empático.
Encontro com estudantes: formação crítica e interativa
A manhã começou com um encontro formativo voltado aos estudantes do ensino médio integrado, com o tema: “Por que as coisas são como são — e o que podemos fazer diferente?”. Estiveram presentes 293 estudantes e 16 docentes.
A atividade ocorreu no Poliesportivo e foi conduzida de forma interativa, contando com quiz temático, momentos de informação, acolhimento e escuta, além de falas que estimularam o pensamento crítico dos jovens sobre desigualdades raciais e possibilidades de transformação.
Para Marli Soares, membro do NEABI Passos, a discussão da temática é imprescindível no espaço escolar: “Sabemos que as palavras "preto ou negro" são carregadas de preconceito histórico. Não são usadas num sentido de leveza, nem de beleza. A maioria das vezes significa inferioridade ou coisa ruim. Esse uso negativo estrutura uma sociedade racista, que constantemente se revela. Por esse motivo o letramento racial se torna necessário. A sociedade, em especial os educadores, precisam se alfabetizar no letramento racial dentro da lei que tipifica como crime, o racismo e a injúria racial.”
Almoço musical: valorizando a ancestralidade
Na sequência, o Refeitório do campus foi palco para o Almoço Musical, embalado pelas apresentações do projeto “Nossa Raiz”, que celebrou a música afro-brasileira e a ancestralidade como forma de resistência, identidade e pertencimento. O momento integrou cultura e reflexão de maneira sensível e significativa.
Encontro com servidores: compromisso institucional com a equidade
À tarde, os(as) servidores(as) participaram do encontro formativo “Educação Antirracista: um compromisso institucional”, também realizado no Poliesportivo. A atividade oportunizou um espaço para escuta, partilha de experiências e reflexão crítica sobre letramento racial, privilégio, branquitude e responsabilidade coletiva. Estiveram presentes 86 servidores.
O encontro destacou a importância de compreender o racismo como uma estrutura que atravessa a sociedade e a escola — e reforçou o papel dos profissionais da educação na promoção de ambientes escolares que reconheçam e valorizem todas as identidades.
A professora Lúcia Helena da Silva, coordenadora do NEABI Machado, reforça essa responsabilidade quando afirma: “O racismo, em todas as suas dimensões, é uma característica doentia de nossa sociedade, fruto do nosso passado escravagista. Trabalhar para a mudança desse estado de coisas que permeia nossa sociedade não é tarefa fácil e não se pode afirmar que um dia terá fim, porém, é nosso dever na condição de educadores, que escolhemos ser , reafirmar em todas nossas ações e atitudes o respeito às Leis que asseguram a dignidade da pessoa humana. Racismo é crime e deve ser veementemente combatido no espaço escolar.”
Compromisso com a transformação
As ações realizadas no dia 28 de maio reforçam o compromisso do Campus Muzambinho com a formação humana e cidadã de seus estudantes e servidores, reafirmando que a luta antirracista é uma responsabilidade de todos nós.
A Direção-geral agradece a todas as pessoas que contribuíram com a organização das atividades, em especial aos parceiros convidados, aos setores envolvidos e aos participantes que, com respeito e abertura, enriqueceram os momentos de formação.
Que possamos seguir, como comunidade escolar, no caminho da escuta, do reconhecimento e da transformação.
Convidados:
Lucia Helena da Silva
Coordenadora do NEABI Campus Machado
Douglas Adriano Mendonça Rodrigues
Membro NEABI - Campus Machado
Alessandra Bernardo Rosemberg
Coordenadora do NEABI - Campus Poços de Caldas
Rildo Borges Duarte
Vice-coordenador do NEABI - Campus Poços de Caldas.
João Marcos Fernandino Evangelista
Coordenador do NEABI - Campus Passos
Marli Aparecida Ferreira Soares
Membro do NEABI - Campus Passos
Texto:Giovanna Carvas
Fotos: ASCOM - Campus Muzambinho
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